23/04/2013

Usinagem dinâmica diminui consumo de óleo lubrificante


O objetivo da pesquisa era reduzir o consumo de óleo lubrificante pelos motores automotivos. Um motor sem óleo não sobrevive muito tempo. Os pistões exigem uma lubrificação constante, a fim de se moverem com alguma suavidade dentro das camisas no bloco do motor.
Os engenheiros sabem que duas coisas aumentam o nível de fricção em um motor a combustão. A primeira é atribuída à distorção do cilindro onde vai a cabeça do pistão, algo conhecido como distorção estática. A segunda ocorre quando o motor está funcionando e as temperaturas deformam o cilindro. A magnitude dessa distorção térmica depende da temperatura de funcionamento e varia para cada modelo específico de motor.
Apoios indesejados
Na realidade, os pistões não seguem um movimento perfeitamente suave para cima e para baixo - eles tocam o bloco do motor em pontos discretos no interior do cilindro. O resultado é a necessidade de muito mais óleo para lubrificar o motor, além do que o atrito fará com que ele consuma mais combustível.
As montadoras já conseguem compensar a distorção estática. Durante a fase de usinagem final, os técnicos usam uma ferramenta de polimento para simular a cabeça do pistão que será posteriormente montado. Só então o trabalho de acabamento do furo é concluído. A distorção térmica, por outro lado, até hoje não tinha solução, não sendo compensada.
Ferramenta piezoelétrica
Este problema acaba de ser resolvido por pesquisadores do Instituto de Máquinas-Ferramenta e Tecnologia de Formação (IWU), na Alemanha, em colaboração com uma montadora e um fabricante de máquinas-ferramenta.
"Nossa tecnologia torna possível compensar tanto a distorção estática quanto a térmica. Isto pode levar a uma economia de combustível de 2 a 3 por cento nos motores a combustão, e elimina um passo na sua fabricação," André Bucht, coordenador do projeto.
Isto foi possível usando uma ferramenta de polimento capaz de alterar sua própria forma - atuadores piezoelétricos alteram o diâmetro da ferramenta com incrível precisão.
Polimento dinâmico
Os pesquisadores primeiro calculam como o bloco do motor tende a se tornar distorcido: eles determinam o nível de distorção estática tirando a cabeça do cilindro e medindo a extensão em que o furo foi deformado.
A seguir eles simulam a distorção térmica que ocorre em cada modelo de motor utilizando-se de uma temperatura de funcionamento de 90°C como referência.
A nova ferramenta de polir ajusta então sua forma com base nestes cálculos, alterando assim o perfil do furo do bloco do motor de modo que os movimentos do pistão sejam perfeitamente suaves, eliminando o atrito excessivo advindo do seu apoio em poucos pontos no bloco. 
Ou seja, não se trata de fazer um furo perfeito, mas de dar ao furo as imperfeições de que ele precisará na prática para que o motor precise de menos lubrificação. E, com menos atrito, ele consumirá menos combustível. O uso da nova ferramenta dinâmica aumentou o tempo de usinagem de cada motor em menos de 30 segundos, o que permite seu uso imediato na linha de produção

22/04/2013

Sucata de Mercedes transformada em bicicleta



A transformação começou no início do ano passado, quando a agência de publicidade Leo Burnett e a revista B-Cultura se juntaram para promover a discussão acerca da mobilidade urbana. “A ideia era fazer mais do que um simples anúncio convencional – queríamos fazer algo que envolvesse as pessoas para que pudessem experimentar algo diferente”, explica a diretora criativa da agência, Luciana Cani.
A ideia de construir uma bicicleta a partir de um automóvel parece improvável. Entretanto  tornou-se possível graças à habilidade dos colaboradores da Recicla  especialistas na reciclagem de bicicletas. A partir deste primeiro contato, surgiram outros interessados em colaborar com o projeto e o número de parceiros cresceu exponencialmente. Hoje, o Projeto Carma não é só uma bicicleta, são acessórios feitos de peças do automóvel, uma curta-metragem, uma tipografia original para download gratuito e, acima de tudo, uma fantástica história de reaproveitamento de materiais.
 
Vários lugares foram visitados até encontrar o automóvel ideal para a transformação. O eleito – um Mercedes W123 dourado – foi encontrado na Socorsul, uma sucata nos arredores de Lisboa, em Portugal. “Quando encontramos o Mercedes percebemos que ali havia o maior número de peças que poderiam servir para construir uma bicicleta. Além disso, era um carro que possuía um interior em bom estado”, diz Luciana.
 
O processo de mudar de vida e ganhar novas funções durou quatro meses – desde a concepção da ideia até ao produto final. Kiko e Vítor Peixoto, sócios da Recicla  ficaram encarregados de reciclar os componentes do carro, criando uma bicicleta bonita, leve e funcional. Ela foi construída exclusivamente com as peças do automóvel – a correia de distribuição do motor, os puxadores das portas, a pele do tejadilho e dos bancos, os farolins e a vareta do óleo são algumas das partes que ganharam novos usos.
 
O melhor de tudo é que a Carma tem agora uma nova missão na vida – percorrer os quilômetros que fez o seu antecessor, desta vez de forma ecológica, sem a emissão de gases poluentes. Para compensar os 159.768 Km feitos pelo carro, foi instalado um sistema de georreferenciação que permite dar conta da sua atividade – situada até agora nos 4 Km.
 
 
Precisa-se, portanto, que o maior número de pessoas possível pedale esta bicicleta para que ela consiga pagar a dívida que tem para com o ambiente. Os interessados apenas têm de se dirigir ao local onde ela estiver e usá-la. “Agora o nosso único foco é fazer a Carma andar – precisamos de muitos voluntários para a pedalar”, diz Luciana.
 
A Carma está exposta em Lisboa, no Velocité Café, e permanecerá por cerca de dois meses. Depois viajará ao Porto. O eixo fora destas duas principais cidades virá a seguir, quando a Carma seguir pelo resto de Portugal.

Fonte: Green Savers

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