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29/12/2008

TERRÁRIO PARA OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA

Costumo dizer em minha aulas que tudo em minha vida é motivo de observação científica! Ora, quando se é "cientista", temos que aproveitar as oportunidades de explorar as experiências para extrair conhecimento. Observo os estudantes quando lhes recomendo investigar suas geladeiras em casa como laboratórios, nas aulas em que estudamos Termodinâmica, Refrigeração e Transformações gasosas. A reação de alguns é de perplexidade: como "enxergar" ciência dentro da geladeira? Mas, é ainda mais gratificante quando outros me trazem impressões dos seus estudos. A comprovação de que realmente assimilaram os conhecimentos e agora são agentes multiplicadores de conhecimento. Agora tenho uma nova oportunidade científica. Esse termo ficou muito bem empregado. Para este novo ano que está chegando, vamos aproveitar as "oportunidades científicas"! Estou me referindo ao presente que a estudante Rosane Pontes me prometeu - quanta ansiedade - um Terrário! Sim, temos os já tradicionais aquários onde se criam peixes ornamentais. E também os terrários onde criamos ambientes onde podemos observar as interações da natureza buscando a preservação da vida, onde plantas e micro-organismos de um sistema se agregam em completa harmonia para tentar reproduzir a realidade de uma sobrevivência normal. Quanto maior for o grau de interação entre estas espécies maior será a vida útil do terrário. E mais, o proprietário pode produzir um desarranjo ambiental tão grande no ecossistema do terrário que o levará à destruição. Mais ou menos o que estamos fazendo com nosso planeta, só que em escala reduzida! Uma excelente experiência, como se cada um fosse "dono" do seu pedaço de mundo! Bem, o meu vou esperar com ansiedade, mas para quem quiser se dedicar aos estudos científicos desde agora fui pesquisar e descobri um roteiro para a montagem de um terrário passo-a-passo, lá na revista Nova Escola. Num terrário podemos observar entre outras coisas o ciclo da água no processo de evaporação, condensação e precipitação. Tudo muito propício a uma oportunidade científica. Experimentem e coletem suas impressões. Vou reproduzir a reportagem da revista em detalhes com direito a fotos:

O terrário é um recipiente de vidro com pedras, carvão, terra e plantas que permite observar o funcionamento do mundo natural. Mas essa não é a única versão. Existem outras e cada uma delas possibilita um estudo específico. Por exemplo, a bióloga Vanessa de Aquino Cardoso, da Sangari, empresa que produz material didático, o utiliza para demonstrar acontecimentos biológicos. "É possível acompanhar a germinação de diferentes sementes e ver como se comportam pequenos animais, como as joaninhas e os grilos, nesse espaço", explica Vanessa. Outra forma é reproduzir o meio ambiente vegetal para observar o ciclo completo da água. Como? Quando a temperatura sobe, a água utilizada na rega, que ainda está na terra, evapora e se junta à da transpiração das plantas, formando uma concentração de vapor d'água. Como o recipiente está fechado, esse vapor se condensa e forma pequenas gotas que ficam nas paredes e no lacre. É aí que ela retorna para irrigar o solo novamente. Também é uma boa oportunidade para explicar como funciona a camada de ozônio. Nesse caso, quem exerce essa tarefa é a tampa do recipiente. "Sem ela, o vapor vai embora para o espaço e não há a oportunidade de molhar a terra para que o ciclo recomece", justifica o ludo-educador em Meio Ambiente Walter Dohme. Essa é uma atividade de Ciências indicada para professores de Educação Infantil e de Ensino Fundamental. De acordo com Walter, a vida útil do terrário pode chegar a um ano ou mais, se tomados os devidos cuidados. "Ele só deve ser aberto a cada uma ou duas semanas para que as plantas recebam um pouco de brisa", orienta. "Se elas crescerem muito no período, podem ser aparadas".

MATERIAL NECESSÁRIO:

  • 1 vidro de boca larga
  • 1 xícara de pedrinhas para aquário
  • 1 xícara de carvão vegetal
  • 3 a 4 xícaras de terra adubada organicamente
  • 2 ou 3 mudas de plantas diferentes
  • Pá e rastelo
  • Plástico grosso maior que o tamanho da boca do vidro
  • Elástico
  • 1 xícara de água filtrada

ROTEIRO:

1. Monte as camadas:

Essas três camadas representam de maneira simplificada as condições ideais do solo. A de terra serve para nutrir o vegetal e as de pedregulho e de carvão têm a função de drenar a água. Abra buracos na última camada e plante as mudas. 2. Regue e tampe: Molhe cuidadosamente a terra, cubra o vidro com o plástico e vede bem com o elástico. O terrário tem de receber luz, porém não deve ficar exposto diretamente ao sol. 3. Acompanhe o fenômeno: Uma vez lacrado, instala-se o ciclo: a água penetra na planta pela raiz e é liberada por meio das folhas pela evaporação. Esse ambiente não dá conta de absorver o vapor que fica nas paredes e no teto do vidro. Quando a umidade chega ao ponto de saturação, ocorre uma espécie de chuva que devolve a água ao solo. 4. Versão reciclada: O terrário também pode ser feito em outros tipos de vidro, como os aquários ou os reutilizáveis. Uma outra opção é usar garrafas PET. Pegue duas de água, porque são transparentes, corte uma em cerca de 3/4 de seu corpo e a outra, em 1/4. Utilize a maior para fazer a montagem. Tampe com a menor de modo que ela fique por dentro da que serve como base. Vede com fita crepe.

Um comentário:

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